SARCOPENIA - Atuação da Fisioterapia e o Conceito In Motion®

Treino de exercícios de força contra sarcopenia

Gostaria de começar com um convite: Feche os olhos e crie uma imagem corporal atual sua: postura, textura e cor do cabelo, textura e cor da pele, tónus muscular, velocidade que caminham normalmente, subindo e descendo escadas. Faça e guarde essas informações.

Agora repita o processo, se imaginando com 10 anos mais, ainda consegue visualizar? Foi fácil? Faça esse exercício até chegar aos 70 anos. Guardem essa informação, será útil mais à frente, mas de antemão saibam que desencadeiam padrões neurais completamente diferentes nas duas situações: o conhecido, presente e o desconhecido, futuro.

Diferente de poucas décadas atrás, hoje, a prática de exercícios é reconhecida como o melhor "medicamento"para inúmeras doenças, mas na prática, a prática é outra, em especial nas populações mais frágeis e cerca de 10% dos idosos no mundo sofrem com a perda de função muscular.

A perda muscular com o envelhecimento é acompanhada pela perda das fibras musculares do tipo II, mais rápidas e maiores, mas será que o treinamento de força ao longo da vida pode compensar esses efeitos?

Este novo estudo descobriu que atletas master treinados em força (com mais de 70 anos) tinham menos atrofia das fibras musculares – e menos marcadores de perda de fibra tipo II – do que atletas de controle mais velhos ativos ou atletas master treinados em resistência.. Suas fibras musculares se assemelhavam muito às dos controles moderadamente ativos mais jovens.

The impact of life-long strength versus endurance training on muscle fiber morphology2 and phenotype composition in older men

Então, parece que sim, o treinamento de força previne a perda de função muscular relacionada ao envelhecimento.

Então, por que vermos nas academias cheias de jovens e poucos indivíduos em meia idade, mas e os sexagenários, septuagenários em maioria ou em igualdade? Será que ao longo da vida deixamos de priorizar os exercícios? Será que a nossa desconexão com o nosso futuro, a desconexão com padrões estéticos, ou mero desconhecimento, nos faz abandonar algo fundamental para o envelhecimento como o exercício físico. Você preparou ou está preparando o seu corpo para o estranho você velhinho?

Se a resposta for não, sugiro refazer o exercício de imaginação lá de cima, ou usar um desses aplicativos que nos envelhecem nas fotos como Faceapp e se você pretende envelhecer, repense, leia o texto e se reprograme. Não é balela, é neurociência comportamental. Hal Hershfield vem demostrando através de estudos de ressonância magnética funcional, que estamos "desconectados' do nosso eu futuro, e que quando somos capazes de nos visualizar mais velhos, somos capazes de tomar as melhores decisões que maximizem o nosso bem-estar para o longo prazo, se entendermos que o nosso eu futuro, depende do nosso eu atual.

Então.... Pense no eu sênior centenário que você quer ser!

O termo Sarcopenia foi usado pela primeira vez em 1989 por Irwing Rosenberg para descrever a perda de massa muscular relacionada a idade. Somente em 2019 a sarcopenia passou a ser considerada uma doença.

Atualmente, diferente da definição de Rosenberg que só descrevia a perda de massa muscular, a sarcopenia é caracterizada por além da perda de massa, a perda de qualidade e de função muscular,devido a redução no número e tamanho das fibras musculares, em especial as fibras musculares tipo II.

A sarcopenia afeta mais frequente idosos, sedentários, ou aqueles que sofrem de doenças que acometem o sistema musculoesquelético e é um fator adicional para a osteoporose, fraturas, risco de quedas e morte nesse grupo. Tem uma prevalência global de cerca de 10% segundo Shafiee et al., 2017.

A existência da osteosarcopenia, ou seja, a presença concomitante de osteoporose e sarcopenia, parece ser o cenário em que há a maior perda de desempenho físico e maior remodelação óssea (Drey et al., 2016) contribuído para a fragilidade do idoso; mediados por fatores nutricionais (Chew et al., 2020).

A perda de massa muscular relacionada ao envelhecimento tem inicio entre os 30 e 40 anos de idade e é acelerada após os 60 anos, o que com envelhecimento populacional se torna um alerta de saúde pública, para busca de soluções a fim de reduzir o impacto sócio-econômico e pessoal adicionando qualidade e funcionalidade para a vida do idoso.

Já foram descritos vários fatores que favorecem a sarcopenia, alguns autores defendem como os maiores deles, a inatividade e a desnutrição, porém existem outros:

- Alterações hormonais:

- Inflamação crônica:

- Obesidade:

- Desnutrição:

- Inatividade:

- Perda de motoneurônios:

Apesar de ser defina com maior precisão através de exames como bioimpedância elétrica, teste de preensão manual, e de velocidade da marcha.

Clicando aqui, você pode baixar em pdf o Escore SCAR-F, que é um uma questionário de avaliação sobre força, capacidade de caminhar, levantar da cadeira, subir escada e quedas. É simples e rápido de ser respondido, mas capaz de rastrear a probabilidade da presença de sarcopenia.

A identificação e o tratamento precoce são as chaves para interromper ou retardar o processo da sarcopenia e evitar seus males.

O tratamento medicamentoso da sarcopenia ainda é limitado a terapia hormonal de DHEA ou TSH e testosterona, apresenta mínimos resultados na manutenção de força e massa, de maneira isolada;

Já. a nutrição, através da ingesta calórica e proteica adequadas aliadas a suplementação de Creatina e Co-enzima Q10 ( Guescini et al.) e o exercício fisico parecem ser o caminho para combater a perda da função e massa muscular (Dolan et. al).

A fisioterapia torna-se essencial no tratamento da sarcopenia, abordando os seguintes pontos chave:

- triagem para o risco de sarcopenia, e avaliação do risco de queda através de questionários, avaliação antropométrica, testes de velocidade de marcha, força de preensão, testes de equilíbrio, entre outros;

- implementação de medidas de segurança: avaliação e adaptação de ambientes a fim de facilitar as atividades cotidianas, e reduzir o risco de quedas;

- ações preventivas que promovam a desaceleração da perda da função muscular e os problemas por ela causados, através de um programa de exercícios específicos, que incluam treinamento de força e resistência muscular, marcha e equilíbrio melhorando a síntese proteica, perfil inflamatório, e otimizando o sistema neuromuscular.

O Conceito In Motion® é um conceito de tratamento do movimento para o movimento. Foi desenvolvido a partir da minha experiência na prática clínica em mais de 20 anos de atuação na fisioterapia, baseado em princípios fisiológicos como o de que o corpo humano é capaz de se adaptar às demandas que são impostas, conhecido como SAID - Specific Adaptation to Imposed Demands, entre ourtros. O papel do Conceito In Motion® é conduzir o seu corpo no caminho de adaptações cognitivo-motoras mais eficazes através do movimento. A adaptação ao movimento de forma progressiva, torna não só o movimento mas o individuo como um todo mais eficaz, restaurando e ampliando o bem-estar físico e mental.

E então?

Aceita do desafio de construir músculos para viver mais e melhor?

A Clínica In Motion® está pronta para te ajudar a prevenir e tratar a sarcopenia!

Carpe diem! Stay Strong!

C.